quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Vinhos: há futuro no Brasil?


Mais uma matéria sobre a análise do mercado nacional para nos deixar informados sobre o que anda rolando no meio que eu gentilmente quis compartilhar de uma colunista!!

Vinhos: há futuro no Brasil?

Matéria extraída da Coluna Consumo e Propaganda por Claudia Penteado


O Brasil produz 600 milhões de litros de vinho por ano e não é reconhecido mundialmente como produtor de vinhos, ocupando atualmente a décima quarta colocação na produção mundial (segundo a UVIBRA, 2005). Segundo Flávio Martins, coordenador do curso de Pós- Graduação em Marketing do Vinho da Escola Superior de Propaganda e Marketing, o consumo de vinhos de mesa vem caindo no mundo todo, enquanto aumenta o interesse e consumo do vinho fino – categoria em que o Brasil não se destaca. Novas regiões produtoras passaram a competir nesse mercado e o desafio do Brasil é enquadrar-se entre regiões do novo mundo já consagradas como Chile, Argentina, Africa do Sul, Nova Zelândia e Austrália. No Brasil, o consumo interno sempre foi muito baixo (em torno de 2 litros per capita), o que representa uma grande oportunidade. Martins acredita que quando o consumidor brasileiro descobrir o vinho, seremos uma potência em consumo interno, possibilidade remota em mercados maduros. Acompanhe o bate-papo com o especialista em marketing do vinho:

1. Que peculiaridades tem o nosso vinho em relação aos estrangeiros?

Temos características próprias em função da nossa cultura e por sermos um país tropical. A origem do vinho brasileiro se confunde com a imigração italiana, principalmente aqueles que migraram para o Sul e trouxeram em suas bagagens uvas da região do Vêneto. Essas mudas não se deram bem em nosso solo, mais rico e úmido. Durante todo o século passado, com nosso mercado fechado, nos concentramos na produção de uvas de origem americana, que se adaptaram melhor ao nosso solo e são mais propícias a sucos de uva e vinhos de mesa (simples). Com a abertura econômica, o consumidor passou a ter acesso a vinhos de melhor qualidade, de uvas européias e passou a consumir vinhos importados. isso fez com que as vinícolas brasileiras percebessem a a necessidade de mudança. Esse salto foi ocorrer com maior ênfase entre os anos 90 e 2000, com o que se chama a reconversão dos vinhedos (mudança de cultura americana para uvas européias); introdução de novos métodos de plantio e de produção (mais tecnologia nos vinhedos, garantindo assim melhores condições de armazenamento e qualidade para o vinnho). Em relação aos vinhos então, temos características de oferecer vinhos potentes, com alta graduação alcólica, já que são oriundos de parreiras jovens. Temos ainda uma característica positiva em termos de “terroir” para vinhos brancos. Por isso o sucesso dos espumantes brasileiros.

2. Como o bom marketing pode ajudar o mercado a crescer?

Orientando melhor o cunsumidor e traduzindo para ela a complexidade desse mercado, fazendo com que ele se sinta mais a vontade na hora de comprar. O único caminho para isso passa por mais acesso a informação, através de campanhas publicitárias, que promovam o produto e por ações de marketing de relacionamento.

3. Como se constrói uma marca de vinho?

Com bons produtos e com um planejamento consistente de ações coerentes, que façam essa marca ter um significado para seus consumidores. É uma relação de confiança, que só se estabelece com o tempo.

4. Como se faz marketing de um produto tão especial?

Da mesma forma que para qualquer outro produto. Com profissionais capacitados, éticos e que tenham a competência para entender o mercado

consumidor, identificar nichos e buscar se relacionar com eles.

5. O que temos a aprender com os argentinos nesta área?

Os Argentinos exportam hoje 26% de sua produção e tem um consumo interno médio de 30 litros per capta ano. É um mercado que por muito tempo foi autosuficiente e não se interessava em buscar mercados externos. Hoje, depois de muitas ações de melhoria, conquistaram um espaço que passa a ser reconhecido internacionalmente. A busca pela internacionalização é um caminho que traz a melhoria contínua, já que são mercados mais competitivos e qualificados. Ao se ingressar nessa disputa há um amadurecimento do setor como um todo. É por aí o caminho do benchmark com os Argentinos.

2 comentários:

  1. Bom artigo, e trilha sonora muito bacana!

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  2. Que bom saber que os leitores estão contentes, a seleção musical faz parte da personalidade da Atmosfera e muitas vezes resolvo por escolher matérias que outros bons escritores nos deixam na internet para compartilharmos! Abraço Alexandre e continue lendo nossas matérias!!

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