domingo, 27 de março de 2011

A história da Concha y Toro

CONCHA y TORO




A vinícola chilena Concha y Toro nos últimos anos acabou por sepultar um tabu que há décadas dizia que vinhos de qualidade eram franceses ou italianos. Quer seja no segmento Premium ou no popular os vinhos da Concha y Toro estão entre os mais consumidos do mundo, encantando o olfato e o paladar até dos mais exigentes consumidores.



A história

A história de uma das marcas mais fortes do Chile começou em 1883 quando Don Melchor De Concha y Toro, um distinto advogado, empresário (que acumulou fortuna explorando minas de prata no deserto de Atacama) e político influente no país (incluindo eleições para deputado e senador e três passagens pelo Ministério da Fazenda), casado com uma senhora riquíssima, fundou a vinícola com o nome de Marquês de Casa Concha, localizada na pré-cordilheira, perto da cidade de Santiago, com o objetivo de explorar o potencial da produção vitivinícola do vale do Rio Maipo, onde o clima era mediterrâneo e o solo aluvial. Importou as mais exclusivas mudas de uvas de Bordeaux, região francesa tradicional na produção dos melhores vinhos do mundo, plantou no vinhedo de Ponte Alta e contratou um importante enólogo francês, Monsieur de Labouchere, para preparar os seus primeiros vinhos. Nascia uma lenda.



O maior e mais importante vinhedo do Chile foi pioneiro na produção de vinhos. Conta a história que uma praga devastadora arrasou as plantações na Europa de onde foram colhidas as mudas trazidas por Don Melchor. Por isso, apenas ali, no Vale do Maipo, encontram-se as raras parreiras com as uvas que produzem o famoso Don Melchor, que conquistou os críticos internacionais da bebida. Os vinhos produzidos tiveram sucesso imediato. Porém, foi o emblemático Casillero del Diablo, feito da uva Cabernet Sauvignon, que projetou o vinho chileno para o mundo. Foi em 1891, que Don Melchor criou o que é hoje um dos vinhos mais conhecidos mundialmente. A lenda que cerca este famoso e aclamado vinho, transformou os vinhedos do Chile famosos no mundo inteiro.



-
 Quando tudo "re-começou" na Europa..
O primeiro carregamento de Concha y Toro á desembarcar na Europa foi em 1933 no porto de Roterdã na Holanda. A consagração da conquista do mercado mundial se deu a partir de 1957, com a vinda de Don Eduardo Guilisasti Tagle para a presidência da empresa, o qual adquiriu novos vinhedos; criou uma vinícola orientada só para a exportação chamada Cono Sur; fincou pé no outro lado da cordilheira, comprando um vinhedo em Mendoza (Argentina), onde instalou a Bodega Trivento, também focada no mercado externo; iniciou o desenvolvimento de novos produtos e adequou a política da empresa aos padrões mundiais de qualidade. Em 1994, torna-se a primeira vinha do mundo a comercializar ações na Bolsa de Nova York.



A partir desta década a empresa iniciou o lançamento de vinhos excepcionais, como em 1997, quando foi produzido em parceria com a famosa e conceituada vinícola francesa Baron Phillippe de Rotschild S.A, o aclamado Almaviva, safra 1996, inaugurando, no Chile, a categoria Primer Orden (equivalente à categoria francesa “Grand Cru Classe”). As uvas utilizadas na fabricação do vinho Almaviva advêm de plantas com mais de vinte e cinco anos de idade e que se encontram em um setor denominado Puente Alto. Em 2000, outra lenda é introduzida no mercado: o vinho TERRUNYO.



Quatro anos mais tarde a Concha y Toro atingiu o volume de 1.5 milhões de caixas do vinho Casillero del Diablo exportadas. Em 2004 o mais conhecido vinho da empresa, Casillero del Diablo, ganhou nova roupagem e garrafa, além de uma enorme campanha de marketing nos 114 países onde é vendido, se transformando em uma marca global. No início do novo milênio, a Concha y Toro se posicionava como a sétima maior produtora do mundo e a primeira da América do Sul.



-

Um vinho cheio de mistérios

A lenda do vinho Casillero del Diablo, feito da uva Cabernet Sauvignon, começou há mais de cem anos, em 1891, quando o fundador da marca resolveu reservar para si os melhores vinhos das safras de suas vinícolas. Como uma forma de manter inalteradas as condições de temperatura e unidade, estes vinhos foram guardados ao fundo de uma magnífica adega (em espanhol “casillero”) subterrânea, um depósito especialmente destinado a este fim. Passado algum tempo Don Melchor de Concha y Toro percebeu que estes vinhos estavam desaparecendo misteriosamente. Depois de inúmeras conversas chegou a conclusão que estavam sendo roubados por pessoas das redondezas. Diante disto, para cessar o sumiço dessa reserva preciosa, espalhou o boato de que o próprio diabo vivia dentro do porão no qual os vinhos estavam guardados. A história funcionou. O medo afastou todos os ladrões, e, nunca mais, sequer uma garrafa voltou a desaparecer. Nascia assim o vinho Casillero del Diablo (a Adega do Diabo).

-

-

Um cardápio de qualidade

Os vinhos Concha y Toro e Casillero del Diablo são apenas algumas das marcas produzidas pela Concha y Toro. Entre sua gama de produtos existem desde vinhos de excepcional qualidade como Don Melchor (um Cabernet Sauvignon feito com uvas do melhor e mais antigo vinhedo da casa, o Puente Alto, lançado no mercado em 1987), Carmín de Peumo (um vinho espetacular, com seu aroma, sua cor, que consagrou in­ternacionalmente a uva carmenère), Amelia, Terrunyo (produzido com uvas de vinhedos selecionados onde o micro-clima, as uvas Carmenère, o solo e a mão perita do homem interagem de forma mágica, criando a harmonia perfeita dando origem à qualidade única), Marqués de Casa Concha (uma linha de vinhos chardonnay e merlot), Trio (elaborado com corte de 3 uvas: Cabernet Sauvignon, Shiraz e Cabernet Franc), Late Harvest (único vinho de sobremesa da empresa, um blend de Sauvigon Blanc e Riesling colhidas tardiamente com grande concentração de açúcar) e Almaviva (um ícone dos vinhos chilenos); passando por vinhos de excelente custo benefício como Sunrise, Concha y Toro e Frontera; até os populares de boa qualidade como Tocornal, Clos de Pirque, Exportación e Fressco. Em 2005, uma das melhores colheitas que houve em todo o Chile, permitiu o nascimento do Casillero del Diablo Reserva Privada. A equipe agrícola da Concha y Toro por anos trabalhou para elaborar um grande vinho e eis que dos Vales de Maipo, na zona de Pirque e Rapel, em Pneumo surge este vinho que permaneceu em barril de roble francês por 14 meses dando maior complexidade e aporte de madeira ao Casillero.



Atualmente os vinhos Concha y Toro são produzidos em 9.016 hectares em 34 vinícolas próprias e 6 arrendadas em Limarí, Casablanca, Leyda, Maipo, Cachapoal, Colchagua, Curicó e Maule Valleys, todas na região central do Chile; e mais 1.290 hectares de terras em 8 vinícolas em Maipú, Tupungato, Rivadavia, San Carlos, Luján de Cuyo e San Martín, na Argentina.

-


Voz Macabra
 O ponto alto da visita na vinícola é conhecer o local chamado Casillero del Diablo (Adega do Diabo), onde estão as garrafas do precioso vinho e no qual se criou uma lenda. A história é narrada aos turistas por uma voz macabra dentro da adega subterrânea. As luzes se apagam, uma gargalhada ecoa e na parede surge uma imagem encapuzada projetada do diabo. É um dos momentos mais divertidos do passeio.


-

A marca no mundo

Atualmente, o vinhedo, responsável por 20% da exportação do Chile no segmento, está localizado em uma região ideal para a produção da uva Cabernet Sauvignon, possuindo moderna tecnologia em equipamentos de refrigeração, tanques de aço inoxidável, filtros barris de carvalho americano ou encina francesa. A Concha y Toro produz 100 milhões de litros de vinho por ano, vendidos para 125 países ao redor do mundo.

-


● A Concha y Toro foi considerada em 2008 uma das dez marcas vitivinícolas mais poderosas do mundo pela consultoria internacional Intangible Business.



Matéria extraída do blog: Mundo das Marcas

sexta-feira, 25 de março de 2011

Os Livros do vinho e seus saberes

Acho interessante poder dividir com os leitores algumas leituras que sempre faço em livros do segmento.

Mesmo sendo sobre o mesmo tema: o mundo do vinho, cada um ou contém uma proposta um pouco diferente, ou uma abordagem mais canalizada que interessa os enófilos a cada nível de aprendizado.


Vinhos do Mundo - Guia Ilustrado Zahar - Uvas; Regiões; Vinícolas; Degustação; Como comprar





A Bíblia do Vinho - Karen Macneill - Ediouro





Larousse do Vinho:  Edição revista, revisada e ampliada



Manual Didático para o Sommelier Internacional: Para saber os sabores do vinho - Roberto Rabachino - Educs


Vinho sem segredos - Patrício Tapia - Editora Planeta


Borbulhas - Tudo sobre champanhe e espumantes - Aguinaldo Záckia Albert - Ed. Senac

domingo, 20 de março de 2011

Vinho fino como investimento de maior lucro em 2010

(matéria extraída da revista Adega)

Para os que acreditam que os vinhos possuem valores elevados, fora do comum, as novas notícias que surgem no mercado serão ainda mais surpreendentes.


Segundo o estudo The Fine Wine Exchange, realizado pelo site Liv-Ex - dedicado a destacar notícias ligadas à economia do mundo dos vinhos, o vinho fino de Bordeaux foi o investimento de maior lucro em 2010, superando até mesmo o petróleo e o ouro.

O estudo mostra que cinco das principais marcas de Bordeaux haviam subido 57% de valor em 2010, rompendo a barreira de 400 pontos (índice estabelicido pelo site para analisar o valor de mercado dos produtos) em dezembro.

Quando comparado ao ouro e o petróleo, o número é ainda mais expressivo. Enquanto o ouro obteve 35% de aumento no ano passado, o petróleo chegou a crescer 20%.

O forte crescimento dos vinhos deve-se à grande demanda dos países Asiáticos, com destaque para Hong Kong, na China.

Os vinhos do Château Lafite-Rothschild, uma das principais e mais reconhecidas produtoras de vinhos do mundo, localizada em Bordeaux, continuam a liderar o mercado, com algumas safras dobrando de valor em relação a 2009. Além disso, nas regiões francesas de Borgonha e Sauternes, a demanda não para de crescer.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Os números da Concha Y Toro

Lendo esta matéria da Fabiana Gonçalves no seu blog  achei interessante colocar aqui também  no blog da Atmosfera!
p.s: Obrigada pela informação, Fabiana.


Os números da Concha y Toro hoje


Depois da aquisição da vinícola californiana Fetzer Vineyards, a chilena Concha y Toro, presente em 135 países, subiu no ranking de 8ª para 5ª maior vinícola do mundo. Mas o que significa isto em números?



Primeiro, agregar à sua carteira 3,1 milhões de caixas e US$ 156 milhões em vendas, o que se somando ao que foi produzido e apurado em 2010 resulta em um total de 32 milhões de caixas e quase US$ 900 milhões de faturamento.

Em matéria de áreas cultivadas, a Concha y Toro alcançou um total de 9.929 hectares de vinhedos próprios, o que a coloca em 2º lugar na escala global, só perdendo para a australiana Foster's, que possui 12.463 hectares - quase 30% mais que a gigante chilena.

Segundo especialistas, os Estados Unidos serão o principal mercado consumidor da marca até 2012. Hoje, o principal consumidor estrangeiro dos vinhos Concha y Toro é a Europa.

*Com informações do El Diario de Infonegocios (Chile)

Por Fabiana Gonçalves