terça-feira, 17 de agosto de 2010

Aquecimento global

Aquecimento global é uma teoria apresentada por cientistas e climatologistas que diz que o planeta está se aquecendo rapidamente por causa da poluição industrial. O principal centro de pesquisas cientificas da Austrália, a CSIRO (Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation) estima um aumento de temperatura média entre 0,3o e 1,7oC em 2030, e entre 0,8o e 5,2oC em 2070. De acordo com o instituto de meteorologia britânico, os níveis atmosféricos de dióxido de carbono aumentaram em 20% nos últimos 50 anos. Fontes do Greenpeace sugerem que se as mudanças climáticas continuarem na velocidade atual, as temperaturas na França podem aumentar em 6oC até o fim do século.

Alteração na videira



A vinha é uma planta extremamente resistente, capaz de suportar uma ampla variação de temperatura - de -20oC para mais de 40oC. Ela facilmente se adapta a uma variedade de condições e alguns especialistas apontam que o aquecimento global simplesmente forçará a planta a mudar sua fisiologia. A vinha será capaz de lidar com isso fechando seus estômatos (estruturas celulares cuja função é realizar as trocas gasosas entre as plantas e o meio) quando a temperatura se tornar excessivamente quente,para se adaptar ao novo desafio. Isso resultará em um processo respiratório mais eficiente e diminuirá a necessidade de água

Outros acreditam que a maturação fenólica e fisiológica serão ampliadas nas regiões de maior aquecimento. Isso fará com que se tenha vinhos com níveis alcoólicos mais altos se colhidos com fenóis mais maduros, ou sabores herbáceos se colhidos mais cedo para evitar o álcool em excesso.



Congelamentos, secas e chuvas



Invernos mais quentes podem reduzir a ameaça de geadas. Isso beneficiaria regiões mais frias como Champagne ou também Washington, que têm sofrido regularmente com isso, como em 1985, 1991, 1996 e 2004. Pode ocorrer uma modificação no ciclo anual da videira devido a um clima mais quente, o que pode contribuir para o surgimento dos brotos mais cedo, e consequente floração e maturação precoces. Colheitas precoces seriam bem-vindas em certas regiões como Bordeaux e Loire, porque iriam permitir aos produtores colher antes das chuvas de outono.


Além do perigo de extinção de certos vinhos, o consumidor terá que aceitar mudanças no estilo dos vinhos

No Novo Mundo, boa parte dessas técnicas são legais e muitas vezes utilizadas. Entretanto, a legislação europeia terá de ser alterada para aceitar certas práticas. O aquecimento global já forçou a União Europeia a relaxar sua legislação sobre irrigação. Embora a flexibilidade e as novas alterações se tornem certamente necessárias para garantir a sustentabilidade de muitas regiões vitivinícolas, isso por si só não garante que vinhedos famosos, ainda serão considerados como tendo alguns dos melhores "terroir" no mundo.

Efeitos em novas e antigas regiões

O aquecimento global também terá um lado positivo em regiões que atualmente sofrem com o amadurecimento de uvas. Locais como o Canadá e Inglaterra possivelmente atingirão níveis mais elevados de qualidade e experimentarão maior consistência na colheita - daí a notícia de que os produtores de Champagne tenham manifestado interesse em investir em vinhedos do Reino Unido. Podemos até ver a aparição de novas regiões produtoras de vinho em lugares remotos, como a Suécia ou a Terra del Fuego, uma das regiões meridionais da América do Sul.

Por outro lado, alguns estilos de vinho se tornarão mais difíceis de serem produzidos, como o delicado Kabinnet ou Eiswein. O aquecimento global fará com que o nível dos oceanos subam. Regiões perto do mar, como o Swan District no leste da Austrália, ou Pays Nantais na França, sofrerão mudanças significativas; outras áreas como Colares, em Portugal, poderão enfrentar a extinção, como também as vinhas das regiões mais baixas de Bordeaux, incluindo famosos Châteaux Cru Classé.

Conclusões finais

O aquecimento global pode alterar a forma da indústria do vinho. Além disso, um clima mais quente pode levar a mudanças nas tendências de consumo e, possivelmente, aumentar a demanda por vinhos brancos e rosados - sendo assim possível alterar o equilíbrio atual na produção de uvas brancas versus tintas. Esses fatores deveriam ser os mais relevantes nas mentes das pessoas que entram na indústria ou consideram replantio. Todas estas questões combinadas fazem do aquecimento global o fator mais importante que afetará a indústria do vinho durante as próximas décadas.

(Matéria compilada a partir da ADEGA online, "Como a indústria do vinho será afetada com o aumento da temperatura do planeta? Como será o estilo do vinho diante dessa nova conjuntura?", O VINHO DO FUTURO , Por Dirceu Vianna Jr,)



sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Embalagens Especiais VIII - PÁLINKA

Como sou designer por formação, me entusiasmo quando vejo essas embalagens bonitas e atraentes, representando a  minha segunda paixão de trabalho!
Coloco aqui para vocês mais outra estética que não tenho mais palavras pois ela se vende por si só.

Com uma linguagem artistica inspirada na arte contemporânea da  Hungria;

O primeiro Icewine do Brasil




Entrevista com Jefferson S. Nunes, enólogo responsável 

Entrevista do site: www.fsi-brasil.com.br  (entrevista de Marcio Muller)

O processo de elaboração de um ICEWINE consiste em colher as uvas perfeitamente maduras e com temperatura inferior a -6 ºC. Nessa condição, a água que se encontra no interior das bagas congela e o gelo é separado do suco rico em açúcar pelo processo de prensagem das uvas, ficando retido dentro da prensa pneumática juntamente com a casca, as sementes e o engaço.

Em junho de 2009 a vinicola Pericó registrou em seus vinhedos, localizados em São Joaquim - SC, um espetacular fenômeno da natureza. As temperaturas caíram bem abaixo de zero e os termômetros marcaram -7,5 ºC.
O responsável por este vinho inédito no Brasil é o Engenheiro Agrônomo, sommelier internacional e presidente da Federação Sommelier Internacional do Brasil, JEFFERSON SANCINETO NUNES, que concedeu esta entrevista para conhecermos mais a respeito do primeiro icewine do Brasil.
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FSI-BRASIL - Jefferson, são poucos os lugares do mundo que produzem icewine. Este vinho tem características do seu terroir (e quais são) ? e quais são os achados comuns a todos os icewine?

JEFFERSON SANCINETO NUNES - O que caracteriza o terroir de elaboração primeiramente é o clima frio, com verões curtos e com outonos frios; o segundo fator importante é o manejo e o controle do homem nos vinhedos, visando garantir que as uvas maduras possam ficar sadias e longe dos pássaros até as primeiras geadas fortes. é importante lembrarmos que uma simples nevasca não basta para atingirmos a temperatura ideal de colheita, porque a neve cai com temperaturas entre 0 e -2 C e precisaremos no mínimo uma geada forte com temperatura inferior a -6 C para que efetivamente ocorra o congelamento parcial da água no interior das bagas das uvas.

FSI-BRASIL - Que tipo de expectativa você tem percebido no mercado de vinhos nacional e internacional com relação à primeira tiragem um icewine no Brasil? 

JEFFERSON SANCINETO NUNES  - O produto despertou grande curiosidade tanto aqui no Brasil, mas principalmente no exterior. O Site da Fisar na Itália recebeu mais de 20.000 acessos na notícia. Ninguém imaginava que aqui no Brasil seria possível elaborar um produto como esse.

FSI-BRASIL - Que fases da produção do primeiro icewine brasileiro mais lhe agradaram e mais lhe preocuparam? 

JEFFERSON SANCINETO NUNES  - A fase de prensagem e separação do gelo juntamente com as cascas e sementes foi a fase que mais me agradou pois nunca tinha elaborado Icewine e foi incrível constatar que a pressão exercida pela prensa pneumática compacta e aglutina as moléculas de água congeladas e forma dentro de cada baga de uva uma espécie de granizo. A fase que mais me preocupou foi a que antecedeu a colheita, pois se não tivéssemos conseguido temperaturas inferior a -6 C e as uvas não tivessem congelado não teríamos conseguido elaborar o Icewine. Foram três tentativas frustradas onde a temperatura baixou até -3 mas veio nevoeiro e a temperatura subiu para +2 e tivemos que abortar a colheita.

FSI-BRASIL - Você recebeu notícias, consultas ou propostas sobre a produção de outros icewines no Brasil? 

JEFFERSON SANCINETO NUNES  - Sim. Recebi informações de técnicos que trabalham na Áustria, Tirol Italiano e Portugal, que passaram as informações referentes a dados técnicos e especificações durante todas as fases de elaboração. Degustamos alguns produtos e analisamos no Enolab, para termos uma referência técnica e analítica.

FSI-BRASIL - Qual a sua opinião sobre o mercado para o icewine no Brasil, seja ele nacional ou não.

JEFFERSON SANCINETO NUNES  - Por ser um produto raro e que é produzido em pequena escala no mundo, e por conseqüência o preço é um fator limitante a popularização do consumo, será um mercado altamente elitizado, semelhante ao atual mercado do sautern, Passitos, Vin Santo.

FSI-BRASIL - Os Icewines caracterizam-se por serem vinhos fortificados/licorosos. De que forma isto ocorre já que as uvas são colhidas parcialmente congeladas, ou seja, durante a prensagem não deveria ocorrer uma acúmulo maior de água (pela quantidade de água congelada nos grãos) desta forma diluindo o mosto? Qual a razão de o mosto ficar ainda mais concentrado que um vinho normal?

JEFFERSON SANCINETO NUNES  - O icewine não é um vinho fortificado, já que não se adiciona álcool como é o caso do vinho do Porto, mas no caso do icewine o álcool é originado da fermentação dos açúcares próprios das uvas. Na verdade a grande maioria dos Icewines produzidos no Canadá, são classificados simplesmente como vinhos doces, porque tem uma graduação alcoólica inferior a 15% (percentual mínimo para que um vinho possa ser rotulado como "vinho licoroso") e tem quantidades variáveis de açúcar residual (entre 90 e 200 g/l) A concentração dos açúcares que se observa na elaboração do icewine realmente é muito curiosa e interessante. O que acontece é que as moléculas de água no interior das bagas das uvas, quando a temperatura da uva fica entre -6 e -11 C, começam a formar minúsculos cristais de gelo. Com a compressão originado pela prensa pneumática esses pequenos cristais de gelo se aglutinam e aumentam de tamanho. Dessa forma, parte da água contida nas uvas literalmente se transformam em granizos. Como a temperatura no interior da prensa fica muito baixa (entre -5 e -6 C), esse granizo não descongela e portanto fica retido juntamente com a casca e com as sementes das uvas. Dessa forma, o mosto tem a sua quantidade de açúcares aumentada.

FSI-BRASIL - Como você analisaria a relação oferta/demanda, no Brasil, para este vinho,tendo em vista seu custo "digamos" elevado? 

JEFFERSON SANCINETO NUNES  - A oferta desse tipo de vinho é muito baixa. O Canadá que é o maior produtor de Icewine, produz uma quantidade que é insuficiente para atender a demanda mundial. Por esse motivo o preço é alto. No caso específico da Pericó, foram colhidas 3400 kg de uvas e apenas 695 litros de vinho foram elaborados (o rendimento é muito baixo porque boa parte do peso das uvas é de água!!!) Nossa intensão é de envasar o produdo em lindas garrafas italianas de 250 mL, portanto conseguiremos produzir apenas 2780 garrafas...

FSI-BRASIL - Quando estará pronta para ser degustada esta primeira safra produzida no Brasil?

JEFFERSON SANCINETO NUNES  - O vinho será engarrafado no próximo inverno e será lançado às 10h 10 min 10s do dia 10/10/10

FSI-BRASIL - A(s) uva(s) utilizada(s) para a produção no Brasil é(são) a(s) mesma(s) dos paises tradicionais produtores como Canadá, Alemanha e outros. E qual(ais) é(são) ela(s)? 

JEFFERSON SANCINETO NUNES - Não. Usamos o Cabernet sauvignon porque era a variedade de ciclo mais tardio que temos atualmente plantada na Pericó. A Variedade de uva mais utilizada para a elaboração do Icewine é a Vidal

FSI-BRASIL - Há um período mínimo de baixa temperatura, necessária para o congelamento das uvas nas videiras? Se há, quantos dias, em média?E após a colheita das uvas como se processam os novos congelamentos?Eles são feitos com as uvas ainda não processadas ou já com o mosto? 

JEFFERSON SANCINETO NUNES  - Não existe nenhum tempo mínimo determinado. Na verdade o que é necessário controlar é que as moléculas de água estejam parcialmente congeladas. Na prática é necessário comprimir algumas bagas, cortálas posteriormente ao meio e verificar se a compressão fez com que as moléculas congeladas se aglutinam em forma de um granizo. 
Na verdade as uvas são colhidas congeladas e devem ser prensadas ainda congeladas. O congelamento tem que ser exclusivamente feito ainda nos vinhedos e pelo frio intenso e natural para que o produto seja um Icewine. 
Apenas a uva naturalmente congelada e prensada ainda congelada poderá ser denominado Icewine.

FSI-BRASIL - Há produção de vinhos de sobremesa brancos e tintos também? 

JEFFERSON SANCINETO NUNES  - Os vinhos Icewine são brancos e rosados. As uvas tintas, em virtude da casca ser eliminada na fase de prensagem, a coloração é sempre rose.

FSI-BRASIL - E no quesito harmonização, quais serão as características organolépticas dos pratos a serem combinados ? 

JEFFERSON SANCINETO NUNES  - O Icewine é um vinho licoroso (doce) e com um ótima nota ácida. Em virtude disso, a regra de harmonização é por concordância, ou seja é um vinho que harmoniza com doces. Fizemos uma harmonização recentemente com chocolates com teor de cacau superior a 60% com resultados interessantes quando o percentual de cacau é mais alto. Ainda não tive oportunidade de fazer uma harmonização extremamente cara: Icewine e Foie grass, mas acredito que deveria ficar muito interessante.

Embalagens Especiais VII - Gabbani

"Gabbani é o mais antigo delicatessen na parte suíça, italiana (desde 1937). É um negócio de família antiga que sobreviveu e prosperou até se tornar a referência para os melhores do estado da arte dos alimentos. 30 pessoas estão trabalhando para servir melhor como possível aos seus clientes. "
Gabbani Delicatessen

"A empresa está dividida nos seguintes setores: alimentos (legumes e frutas, reunião, vinho e bebidas espirituosas, flores, pão e macarrão, linha de produtos da G), restaurante, hotel e refeições.
A nova linha de embalagens apresenta referências de alguns elementos do movimento Optical Art, assim como a cultura popular italiana (Pulcinella).
A abordagem do "preto e branco" modelam o conjunto da proposta, se destacando frente a todos os pendentes do saco colorido e chamativo usado pelos competidores. A vibração das linhas nos dá uma noção de cores e movimentos ocultos.
Um design "CLEAN"  e belo que pode ser criado para toda uma gama de produtos, incluindo aqui uma linha completa de vinhos.

sábado, 7 de agosto de 2010

Embalagens Especiais VI - Andy Warhol e Don Perignon

Dom Perignon, a tradicionalíssima marca francesa de champanhe, criou uma seleção exclusiva - e limitada - dedicada ao ícone do pop art.

A coleção "Tribute to Andy Warhol" consiste em seis garrafas diferentes, nas cores néon que tanto marcaram o estilo do artista: lilás, azul, vermelho, violeta, verde esmeralda e amarelo. Criadas pela escola britânica Central Saint Martin''s School of Art & Design, estarão circulando em outubro deste ano.

Os brasileiros interessados deverão estar dispostos a pagar 150 dólares e voar até terras ibéricas. Os champanhes serão da safra 2002 Dom Perignon e estarão a venda apenas em quatro pontos na Espanha: Hotel Urban''s Terrace, Pacha Ibiza, CDLC e Olivia Valere.

  


Confira aqui dois videos no You Tube sobre a Campanha da Don Perignon!

Teoria do Vinho

Aromas do Vinho
Num primeiro momento, em que o vinho encontra-se repousando na taça, sentimos os aromas voláteis. Ao girar delicadamente a taça novos aromas, desta vez sutis, começam a desprender.
Temos centenas de aromas dentre estas categorias: Primários, Secundários e Terciários.

Os Primários são derivados da uva usada para fazer o vinho, os Secundários vêm da fermentação e os Terciários são os aromas que o vinho adquire depois de pronto, enquanto envelhece no barril ou mesmo na garrafa.

Os aromas estão divididos por categoria e por família. Abaixo você pode conferi-los, aqui constam apenas alguns dos mais freqüentes:



Aromas primários:- 
Família vegetal: ervas frescas, grama, feno, folhas verdes, folhas secas, tomilho, alecrim, louro, chá, menta, anis, folha de tabaco, musgo, cogumelos, trufas e húmus.
- Família de frutas: cereja, framboesa, morangos, morangos do bosque, groselha, romã, amora, cassis, ameixas, damasco, manga, abacaxi, maracujá, banana, lichia, limão, limão siciliano, lima, pomelo, pêssego, pêra, maçã e maçã verde.
- Família mineral: petróleo, giz, naftalina, pedras e iodo.
- Família Floral: rosa, gerânio, íris, mel de acácia, violeta, peônia, flor de laranjeira, jasmim, lírio, jacinto, flor de lilás e cravo.
Aromas secundários:
- Família da fermentação: levedura, cera de abelha, bolacha e brioche.
- Família Láctea: leite, manteiga, queijo fresco e iogurte.
- Família amílica: ácidos, verniz e esmalte de unha.
Aromas terciários:
- Família de frutas: as frutas primárias, mas em compota ou cristalizadas, nozes, amêndoas, avelã, damasco seco e ameixa seca.
- Família Floral: flores secas.
- Família da madeira: carvalho, cedro, madeira de pinho, resina, eucalipto, baunilha e tabaco.
- Família Animal: couro, caça, penas e sangue.
- Família das especiarias: pimenta do reino, pimenta verde, canela, gengibre, cravo e noz-moscada.
- Família empireumática: notas defumadas, grelhadas e queimadas, caramelo, cacao, chocolate e café.