Na aula de ontem da ABS, o professor Mário Teles comentou sobre o inicio da valorização do uso de barricas. Contou que Carlos Magno, considerado “o primeiro rei enólogo da França” - pois se interessava por muitos aspectos do terroir e o vinho em si – proibiu o uso de qualquer recipiente que não fosse barrica de madeira visando um melhor transporte dos vinhos franceses.
Antigamente, também se utilizava uma espécie de sacola-mochilões de couro, que ao final se traduziriam num vinho impregnado de aromas indesejáveis e de gostos duvidosos!
(Segue abaixo uma parte da matéria sobre Barricas de Carvalho, extraída da WINE EXPERTS, especialistas do vinho)
Barricas de Carvalho
O ano de 1990 marca o início da explosão da utilização da barrica em vinhos finos, a qual atingiu seu apogeu em 1995. Toda a Europa foi contaminada com o vírus da “barriquite”. Mesmo os vinhos assim chamados de garagem fizeram uso indiscriminado da barrica na década de 90.
A máxima nesse período era: Quanto mais madeira melhor e quanto mais cara for a barrica melhor ainda. O equilíbrio só foi atingido após o início dos anos 2000 quando o assim chamado “terroir” voltou à tona e a madeira encontrou o equilíbrio ideal com o sub-extrato, o vinho. Peynaud, na sua sabedoria, já dizia: “Vinho também traz consigo a moda”. Mas quem dita essa moda? Antigamente eram os consumidores, hoje os provadores profissionais de plantão. Essa moda é como um pêndulo de relógio, hora quer-se muita madeira ora quer-se fruta intensa. Madeira não é a melhor coisa nem a pior delas, a arte (e isso diferencia a genialidade de um enólogo dos demais) está em usá-la de maneira equilibrada, para o maior prazer do apreciador de vinho.
Quais são as qualidades que fazem de uma barrica a melhor?
Tudo começa com a escolha da matéria prima a madeira e a seu manjo.
Existem os 10 mandamentos da barrica celestial:
1- A madeira do carvalho não deve ser serrada, mas sim rachada.
2- A madeira deve secar pelo menos dois anos ao relento.
3- Muita madeira é produzida, mas poucas são as escolhidas.
4- Diversas larguras de aduelas (tábuas encurvadas com que se forma o corpo das barricas) devem ser empregadas para um melhor fechamento e um melhor contato da superfície interna.
5- Barrica em forma de tulipa é a ideal.
6- A forma de tulipa deve ser obtida por aperto lento de um cabo até final da operação.
7- As aduelas devem ser molhadas para conseguir-se a curvatura perfeita.
8- Já com a forma ideal a barrica deve ser queimada na sua face interior por fogo para obter-se uma tosta desejada: baixa tosta; média tosta; alta tosta.
9- A barrica deve ser fechada por uma testeira, e recebe o acabamento com uma lixa delicada.
10- As ferramentas indispensáveis e prioritárias do tanoeiro.
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