quinta-feira, 22 de março de 2012

Como era o Olhar sobre o Vinho no início do século XX

Vamos respirar um pouco, conhecer ou relembrar ilustrações, pinturas de apelo promocional sobre o mundo do vinho!!


Claro que uma visão capitalista já existia, e também  que a elitização do vinho já se mostrava presente. Mas interessante observar através das interpretações das ilustrações como o a  propaganda era mais leve, desprendida, e puramente colorida.

E mais uma vez vale salientar a importância que a arte tem em nossas vidas, que pode influenciar e até mesmo informar seu tempo, político e social.

Segue abaixo matéria escrita por Vítor N, da Wine tag;





Um olhar vintage sobre o vinho



Em fevereiro, o Posters Auction International promoveu um leilão temático com pôsteres vintage de vinho e gastronomia. Entre os cartazes publicitários de cervejas e restaurantes, o vinho é de fato o grande destaque. Dezenas de pôsteres do século passado, que serviram como peças publicitárias para as vinícolas e seus produtos, foram redescobertos no que pode ser considerado um conjunto de verdadeiras relíquias, não só da indústria de vinhos, como do mundo do marketing – termo que naquela época nem havia sido cunhado ainda.


Observando os mais de 60 itens em leilão (apenas de vinho, pois no total são 264), podemos chegar a uma conclusão um tanto quanto interessante. Numa época em que a publicidade contava com a criatividade de desenhistas e não dos grandes orçamentos para campanhas de luxo, e a sociedade era muito menos liberal do que hoje, o vinho parecia ser levado menos a sério. E eu digo isso no bom sentido. A linguagem e a mensagem eram mais leves, as cores mais vivas e as ilustrações mais alegres e bem humoradas.
La Chablisienne, de 1926 e Monsoleil, de 1929
A série de cartazes vintage do leilão revela preciosidades de vinícolas que marcaram a história da indústria do vinho no mundo todo. Muitas estão até hoje entre nós, o que torna essas imagens valiosos pedaços da cronologia dessas produtoras e dos vinhos. Nomes como Möet & Chandon, Taittinger, Joseph Perrier e Ramos Pinto são facilmente identificáveis dentre o lote, que revela um período e um lado dessas marcas que muitos de nós nunca havíamos conhecido.

A liberdade dos artistas na primeira metade do século XX permitia trabalhos que fugiam do lugar comum, do realismo, e evidenciam traços coloridos e imagens fantasiosas, até mesmo surrealistas em alguns casos. Eram peças que brincavam com o imaginário tanto do consumidor quanto do próprio artista, incentivando um olhar mais crítico e uma interpretação que muitas vezes não é tão óbvia quanto a maior parte do mundo publicitário contemporâneo.



Podemos, no entanto, identificar o traço elitista do vinho que já no início do século XX estigmatizava a bebida. Muitos dos cartazes já associavam a elegância e a percepção de dinheiro e luxo com o ato de beber vinho. Ilustrações de mulheres com longos e charmosos vestidos, por exemplo, já eram comuns, em particular para os champagnes.
Taittinger, 1986 e Ramos Pinto, 1920
Mesmo assim, é um olhar inédito e revelador do mundo do vinho e uma excelente oportunidade para entender um pouco mais de como a indústria e a publicidade evoluiu ao longo dos anos. É no mínimo curioso observar ilustrações tão vivas e figuras até um tanto quanto infantis (como o Sol bebendo vinho com uma cara de satisfação) como parte da história dessa indústria tantas vezes levada como séria e conservadora. O que me faz pensar...quando foi que as coisas mudaram exatamente?


Matéria extraída do site WINE TAG - O mundo do Vinho em suas mãos, 15 Março, 2012  escrito por Vitor N. 

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